
Maria Laís Santos aprecia a apicultura desde pequena, que nasceu de um olhar carinhoso para o trabalho de seus pais. Trabalhando a valorização do seu território e a diversidade de méis na Chapada do Araripe, a pesquisadora expõe a biodiversidade da região.
Participante do 7º Laboratório de Criação em Cultura Alimentar e Gastronomia da Escola de Gastronomia Social Ivens Dias Branco (EGSIDB), Maria Laís é uma das criadoras da Lavida, marca que desenvolve méis ao mesmo tempo que trabalha a conservação local, na perspectiva de usar o meio que se vive de maneira cuidadosa, retirando da natureza aquilo que é necessário e devolvendo de forma o que você retirou.
Ao Sabores da Cidade, a pesquisadora conta sobre sua trajetória e o projeto desenvolvimento no Laboratório de Criação da EGSIDB, além de partilhar mais sobre os projetos para o futuro. Confira a entrevista na íntegra abaixo.
LEIA MAIS | Pratinho é tema de roda de conversa na XV Bienal Internacional do Livro de Ceará
Sabores da Cidade: Laís, como iniciou seu interesse na apicultura? É um legado familiar?
Maria Laís Santos: O meu interesse na apicultura, ele nasce de um olhar carinhoso para o trabalho que os meus pais já desenvolvem desde eu muito nova, porque eu tenho 27 agora. A apicultura começou a se instalar na Chapada do Araripe há cerca de 30 anos, então eu era muito bebê quando o meu pai começou, eu lembro muito de como foi nosso início, muito prematuro, né? Porque meu pai, na verdade, quando a apicultura chegou aqui, ela veio migratória, que é uma metodologia de trabalho com a apicultura.
Ela pode ser fixa, um apiário só num canto que nunca sai, ou ela pode ser migratória, coleta o meu néctar das flores daqui da Chapada, depois viaja lá para o Piauí, depois para o Rio Grande do Norte, depois para o Maranhão.
Enfim, aí os produtores da grande fortaleza começaram a vir pra cá pra acolher uma florada específica no segundo semestre do ano, que é o cipó-úva, e aí meu pai, pra ter uma renda extra, ajudava eles, né, aí eles ensinaram a arte da apicultura, as práticas principais, né, o início, como é que funcionava, meu pai começou prestando esse serviço pra eles, essa diária de serviço.
Eles mesmo quando observavam que meu pai tinha muito jeito com aquilo, dizia, “Bibi, começa também”, “Bibi” é o apelido de meu pai, “começa também, compra umas caixas para você e tal”, só que minha família, meus pais não tinham condição financeira.
Quando eles iam juntar a apicultura deles que era muito grande, eles diziam, “se a gente esqueceu alguma caixa por aí, você pode pegar”. Nesse tempo meu pai juntou umas 5 caixas velhas que eles esqueciam, tinham esquecido, e acessamos o primeiro crédito pelo Programa Nacional da Agricultura Familiar, no Agroamigo, que foi um crédito de R$ 500 na época.
Fez-se o primeiro investimento, comprou caixas novas e, nisso, meus pais começam a migrar do monocultivo da mandioca, que é um trabalho mais predatório, para um trabalho cuidadoso com o ecossistema, porque a apicultura obriga o produtor a ter um cuidado com o ambiente, a conservar os recursos ambientais para as abelhas terem flores para visitar durante o ano todo.
LEIA MAIS | Quaresma: três restaurantes para comer peixe
Então, os meus pais começam com esse trabalho quando eu ainda sou muito pequena, e é observando as formas deles de trabalharem, migrando do monocultivo para a agroecologia, para os sistemas agroflorestais, que eu vou tomando vontade por isso. E quando a pergunta na infância chega, de o que você vai ser quando crescer, para mim era onde eu iria morar. E aqui o território sempre foi minha resposta. Eu queria permanecer, eu queria morar na Chapada do Araripa, eu não queria sair daqui.
E aí eu também sempre amei as agrárias, eu amo o que eu faço, então eu fui escolhendo esse caminho assim. Mas só que não é uma coisa que já vem dos antepassados, não. A gente tem práticas tradicionais e antigas que estão atreladas aos nossos povos originários, às nossas ancestralidades, mas a apicultura em si. A cadeia produtiva organizada é dos meus pais pra cá.
Porque antes, meu pai até fala que quando ele era jovem, ele colhia mel de ninhos que ficam pela natureza, porque a apicultura é a organização das abelhas, mas elas já existem na natureza, em tronco de árvores, em pedras, em cascalhas, e ele colhia mel sem proteção nem nada, só pela alimentação.
Como foi o desenvolvimento da marca Lavida e como ela se relaciona com os saberes tradicionais da apicultura na Chapada do Araripe?
A marca Lavida, ela não tem uma data específica para existir. A gente veio trabalhando a apicultura, sistemas de agroecologia. As pessoas começaram a visitar o nosso quintal produtivo, a nossa apicultura. A gente começou a repassar isso de uma forma educativa. Depois as pessoas queriam vir para passar mais tempo.
Abrimos as portas da nossa casa que se transformou em Cama e Café, uma pousada rural , um espaço da nossa casa que a gente disponibiliza para o turista. Começamos a receber visitas técnicas, visitas de pessoas interessadas, outros agricultores para terem intercâmbios. E nosso trabalho, que era só ali no roçado, com os animais, com as abelhas, foi se transformando em algo que era interessante aos olhos de outras pessoas. que é o turismo de base comunitária, o turismo rural.
Com isso, a gente sentiu a necessidade de dar um nome. “O que é esse lugar, né?”, e a marca ela tem esse nome porque é em referência aos nomes dos integrantes do espaço. Cada letrinha dessa, cada sílaba, representa nome de um dos integrantes.
Essa marca vem para solidificar cada vez mais o que já vem sendo feito há muitos anos. Desde antes de saber que tem o nome de agroecologia, desde antes de saber qual é o real nome científico.
LEIA MAIS | Em novo endereço, Keopi Cafeteria reabre no Benfica
Ela foi acontecendo, não é que a gente provocou a criação da marca. A gente aconteceu e depois disso sentimos a necessidade de dar nomes aos bois. E foi assim que surgiu a ideia do espaço Lavida.
Ela se relaciona com os saberes tradicionais atrelados à apicultura, nossa ancestralidade, esse cuidado com a floresta nacional, a Chapada do Araripe, justamente porque a gente já fazia e só transformou isso em um negócio para que seja sustentável.
Porque para ser sustentável tem que ser ambientalmente agradável, tem que ser socialmente justo, tem que mover pessoas, mas tem que gerar autonomia financeira, nas escolhas. E é por isso que ela se transforma em um ambiente de negócio.
Eu estou falando com essas palavras, “ambiente de negócios”, mas a gente nunca usa esse termo, na verdade a gente quer que as pessoas venham e sintam todo o afeto, todo o carinho que o espaço pode oferecer.
Quais os maiores desafios como uma pesquisadora na área?
Eu acho que eu enfrento os desafios de uma maneira tão tranquila que eu já não sei mais nem dizer quais são os desafios. Eu acho que um desafio grande é envolver pessoas, né? Mais pessoas do território, porque sensibilizar pessoas adultas é muito difícil.
E eu queria que cada vez mais jovens, como eu, se envolvessem no processo. Eu quero que isso aconteça. Na verdade, eu luto por isso. Eu quero que as pessoas brilhem e iluminem e voem, sigam caminhos bonitos, sabendo que aqui é ambiente de qualidade de vida e desenvolvimento sustentável.
Sem precisar sair daqui, né? Para buscar a qualidade de vida no centro urbano, viver no êxido do rural. Então, eu acho que o desafio é sensibilizar cada vez mais pessoas para seguir esse caminho, mas como uma pesquisadora na área da apicultura, um desafio, não sei, eu acho que surgem desafios cotidianos em qualquer área de trabalho. Mas eu acho que o desafio já tem esse nome justamente porque ele precisa ser vivido dentro do processo e resolvido. O problema tem que ser resolvido, mas não sei se eu carrego tanto esse significado comigo em quais são os desafios.
Sou mulher, a apicultura é uma atividade que requer força de trabalho que é mais a trela da homem. Mas, cara, não sei se eu considero isso um desafio. Consigo viver meu processo bem tranquilamente. Eu sou muito respeitada também, mas eu sou muito respeitada pela conduta que eu tenho.
Um desafio propor o mel como alimento às pessoas que têm dificuldade de introduzir ele no cotidiano como alimento. Isso é um desafio muito grande porque, na verdade, o Brasil não tem um consumo per capita agradável do mel.
Enquanto a gente consome 30 gramas de mel ao ano, os Estados Unidos e os países europeus consomem entre 800 gramas, 1 quilo e 1,2 quilos, então nossa média é bem baixa. Então eu diria que esses dois desafios, um é sensibilizar pessoas do próprio território para viver em cada vez mais processo de desenvolvimento pessoal e territorial, e valorização do território, o pertencimento, e o outro é sensibilizar o consumidor ao uso do mel como alimento.

Você participou da 7ª edição do Laboratório de Criação da Escola de Gastronomia Social, quais descobertas e inovações você considera mais significativas dessa experiência?
Eu acho que o que foi mais inovador foi qualificar o mel em categorias, porque a gente se conhece perfeitamente essas categorias, mas a gente ainda não tinha colocado todos eles assim, em um mesmo ambiente de tipificar, de ver os quatro tipos de méis de uma vez só, a gente vê conforme a temporada, estamos agora no tempo do mel do marmeleiro, então a gente só olha pra ele.
Passou, então agora vamos entrar no mel da vassourinha, só vê o da vassourinha, e a pesquisa fez com que a gente fizesse um armazenamento considerável para poder ter realmente o mel tipificado né, só que o que eu gosto muito de dizer é que tudo que a gente já fazia muito bem feito continuou, o que a pesquisa fez foi só potencializar, mostrar o nosso produto para o mercado consumidor, mostrar o nosso produto para as pessoas conhecerem dentro da grande Fortaleza, que tem um público de um olhar cuidadoso, de um olhar inteligente.
Ampliar essas possibilidades de mercado, eu acho que a inovação maior é ampliar as possibilidades de mercado oferecendo um produto diferenciado. Eu acho que tudo que vem para agregar o espaço é nessa perspectiva, sabe, de ampliar as nossas possibilidades de mercado, para que a gente consiga deixar o nosso produto no território Cariri e no Estado do Ceará, cada vez mais.
Essa ideia de fazer os pré-Kits, os potinhos pequenos onde a pessoa consegue levar, tipo como uma lembrancinha. Os potinhos de mel pequeno, vários tipos de meles, e poder oferecer um aspecto de degustação, de análise sensorial para o turista, eu acho isso muito massa. E com a pesquisa a gente aprendeu muito sobre isso.
Eu acho que foi o principal, assim, aprender a fazer uma análise sensorial para poder repassar para o turista. E dentro dessa análise sensorial, quando ele terminar que estiver encantado por aquele produto, já saber que vai estar disponível para ele levar. E ampliar as possibilidades de mercado gastronômico e tudo mais.
Como o projeto trabalha a questão da preservação local e a relação com a comunidade?
O projeto não trabalha a preservação local, ele trabalha a conservação local. Qual é a diferença? A conservação trabalha numa perspectiva de que você pode usar o meio que você vive, o meio que você está. E não é um meio intocável, é um meio que você pode trabalhar de maneira cuidadosa, retirando da natureza aquilo que é necessário e devolvendo de forma cuidadosa o que você retirou. Então é um trabalho que vai de acordo com a conservação ambiental.
E ele se relaciona diretamente com as comunidades que estão no entorno da Floresta Nacional do Araripe. Não é só a nossa propriedade, são várias, porque não é só a nossa família que trabalha com a apicultura, são inúmeras, são 30 famílias que são acompanhadas ativamente, mensalmente por mim.
Então é um trabalho que tem um cuidado com restauração de área que foi degradada, está em processo de degradação. Que tem um olhar carinhoso para a floresta e para as floradas, que passam o ano inteiro fazendo uma observação do território numa perspectiva ambiental, para saber o que a abelha está visitando, qual é o voo que ela está lançando, o que é que ela está colhendo e quais são as nossas práticas cotidianas para manter essa florada viva e dar continuidade à atividade e que as próximas gerações tenham, pelo menos, acesso à parte desse nível de qualidade de vida que a gente tem hoje.
Então, o projeto trabalha diretamente com a conservação ambiental da floresta nacional do Arari, porque naturalmente a apicultura lhe obriga a você fazer isso. E aí, como somos agricultores familiares, a gente tem a necessidade de plantar. E como é que a gente planta? De maneira agroecológica, em quintal produtivo agroecológico, que é um quintal diverso, é um quintal com práticas agroecológicas de rotação de cultura, de composteira, de uso controlado de água.
De circulação de esterco dos caprinos, de tudo isso, tendo uma diversidade de alimentos que são agroecológicos, tanto para nós como também para a mesa de quem chega na nossa casa. Então 90% desses alimentos vêm do quintal e eles são produzidos da maneira mais limpa e justa possível, sem uso de qualquer defensivo, agrotóxico ou qualquer tipo de veneno que venha a agredir, além do solo e da água.
Como funcionará o desenvolvimento do menu com foco no mel do Cariri pelo restaurante Aconchego? Está em andamento?
O menu veio com a proposta de adquirir o nosso produto, e à medida que as receitas levam o nosso produto, também vende a nossa história. Então o menu vende o nosso mel, assim como também outros inúmeros produtos aqui do quintal, e também vende a nossa história. Só que o menu é sazonal. Ele teve uma duração de um mês, ele não vai ter longevidade dentro do cardápio. Talvez um ou duas receitas sejam eleitas para ficar por tempos indeterminados.
Só que a gente, só para esclarecer, não teve cota-parte direta. A intenção é uma parceria, onde a gente oferece o nosso produto, com um valor mais agregado, o restaurante compra esse insumo e transforma esse insumo em receitas gastronômicas, no mercado.
Foi só o mês de março. Se o restaurante decidir que vai dar longevidade a alguma receita, aí entra em contato de novo e a gente manda mais produtos. Foi nessa pegada.

Vi que seu projeto tipificou 4 tipos méis a partir de análise da florada: mel de cipó uva, mel de vassourinha-de-botão, mel de cidreira brava e mel visgueiro. Por que escolheu trabalhar com esses quatro tipos?
não é que eu escolhi trabalhar esses quatro tipos, é que a floresta me oferece esses tipos, não só esses, mas esses foram os que estavam dentro do período da pesquisa que durou oito meses. Nós trabalhamos já essas floradas, a gente escolhe trabalhar essa florada porque a floresta envia pra gente, então nosso papel é só organizar nossa apicultura da forma mais carinhosa possível para que ela acesse essa florada.
Além delas, a gente trabalha outros tipos, o marmeleiro, o pau d’olho, a praíba e outros, só que depende da natureza. Esse ano pode ser que a natureza me dê vassourinha-de-botão, mas pode ser que também não me dê, pode ser que me dê visgueiro, pode ser que também não me dê.
Então nesse período da pesquisa, a floresta resolveu me dar esses quatro tipos. Esses quatro tipos de floradas, então foram os que a gente trabalhou, mas já é os que a gente trabalha como, assim, comumente, né? Tem outros também fora esses aí, que a gente costuma trabalhar, mas dentro do período da pesquisa foram esses.
Mas eu amo todos os tipos de méis, eu não tenho preferido, cada um tem uma característica única e diversa, carregando todo um contexto ambiental, geográfico, territorial, que se imprime dentro do alimento.
Como funcionou o treinamento de produtores locais em parceria com o Instituto Reenvolver?
O treinamento com a Reenvolver foi sobre análise sensorial, foi uma capacitação muito massa, porque os produtores pela primeira vez, assim como nós aqui do espaço, conseguimos fazer essa degustação desses méis, analisando de uma forma profissional, porque antes a gente costumava fazer de uma forma empírica.
E o Instituto Reenvolver trouxe a técnica de como fazer as análises sensoriais e todo o material. E foi dessa forma, foi virtual, eu reuni o grupo aqui em casa, botei um refletor, liguei no Google Meet, pela plataforma que a gente usou, eles entraram por lá, a gente entrou por aqui, eu estava com todos os méis organizados aqui, eles tinham lá também, receberam pelos correios, a gente usou fichas e um outro material de análise sensorial, e foi assim que o momento se procedeu.

Após conclusão da pesquisa, quais os próximos passos na carreira e para os produtos desenvolvidos no laboratório?
A pesquisa não era um plano de 10 anos atrás, a gente vai vivendo um passo de cada vez, as oportunidades vão chegando e a gente vai abraçando à medida que elas chegam. E a gente está sempre buscando se aperfeiçoar, adquirir mais conhecimento, ampliar nossa rede de contatos, procurar cada vez mais projetos que possam agregar no nosso trabalho, que não sejam invasivos, que não engulam a gente, que não queiram ditar como é que a gente tem que fazer, porque nós somos livres e a gente acredita nos nossos princípios que a gente escolheu para dentro da propriedade, né, os agroecológicos, de cuidar da floresta, de cuidar da comunidade.
Mas se você me perguntar quais são os próximos passos na carreira do Lavida, eu não sei, a gente só quer viver um dia de cada vez e a gente quer cada vez mais poder ter momentos nossos, de lazer, para que a gente se sinta inteiro, para oferecer todo esse lazer, e todo esse afeto, e toda essa entrega que a gente oferece aqui para quem chega.
Então, eu não vislumbro muitas coisas, nós não vislumbramos muitas coisas, assim, quantitativas, é mais qualitativa e que os produtos que foram desenvolvidos no Laboratório e no contexto geral. Sejam sempre cada vez mais conhecidos pelo mercado, né, territorial, estadual, a nível de Brasil, de mundo, sei lá, e que possa agregar cada vez mais ao nosso trabalho, que não é só meu, não é só nosso, é de todos nós, que é uma coisa que eu sempre digo, que é de um território inteiro, de uma comunidade de muitas pessoas.
Quero muito que no futuro a gente tenha uma casa de mel que realmente seja equipado da maneira correta para a gente ter cada vez mais uma extração limpa e dentro das normas sanitárias, que a gente tenha selos de inspeção, porque os selos de inspeção eles ajudam a gente a ampliar o comércio, né, a vender melhor dentro do Brasil, sem precisar só entregar todo o nosso mel para a exportadora.
Então, que é o selo de inspeção municipal, que é o estado e federal. E é uma coisa que a gente já quer há muitos anos, mas não é conforme o nosso tempo, né, conforme o tempo de Deus e do fluxo. Então, é isso, eu vou dizer o que que a gente quer para agora seria isso, mas são planos ainda, mas vai dar certo um dia.
Como foi passar pela mentoria de Edy Sousa de Brito e Ricardo Elesbão Alves, pesquisadores da Embrapa Alimentos e Territórios nesse projeto?
Minha mentoria foram muito sensíveis, uma coisa que Edy sempre trouxe pra dentro da pesquisa, que não mudaria nada do que a gente já fazia, porque a gente já tem um controle de registro antigo, nossas práticas são cuidadosas, são corretas, assim como o Ricardo. E a gente não trabalha por si próprio, é por todo um contexto ambiental e territorial.
E além de Edy e Ricardo, teve também Renata e a Aluísio. Que vieram contribuir em uma capacitação sobre agregação do valor e turismo de base comunitária, pra formar esses agentes de transformação que estão aqui no território. Então, trabalhar com eles foi muito prazeroso, foi muito tranquilo, a gente construiu análises lindas, um trabalho lindo, muito completo, e graças a essa parceria, essa mentoria é super valiosa, que pra mim foi muito valioso, que dialogou muito com as necessidades que a gente tinha, de fazer análises dos méis, de conversar com o território, de entender as propostas de trabalho. Foi lindo, foi real, na verdade, foi amoroso, foi carinhoso, foi com muita gente, foi pra todo mundo.
Uma coisa que minha mãe diz sempre é que a pesquisa nunca nos sufocou e nunca quis mandar na gente, né, ela sempre foi permissiva e foi de acolher e de entender as nossas necessidades antes de qualquer outra coisa.