Páscoa 2025: Alta do cacau faz confeiteiros se adaptarem em Fortaleza

Curso “Chocolate: Ovo de Páscoa” da Escola de Gastronomia Social (Foto: Izakeline Ribeiro)

Um aumento de cerca de 180% no valor do cacau nos últimos deve deixar a Páscoa 2025 um pouco “amarga”. Com a alta no valor do fruto, confeiteiros de Fortaleza se adaptam para entregar produtos de qualidade, mas que não pesem no bolso do consumidor.

O fruto tem enfrentados problemas de produção na África, importador importante para o mercado de chocolates no Brasil. Devido a esse cenário, o valor da matéria-prima para chocolates bateu nível recorde de preços.

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Segundo estimativa da Associação Brasileira da Indústria da Alimentação (Abia), a alta foi de 189% no preço, com picos de até 300% nos últimos 12 meses.

Na capital cearense, confeiteiros se adaptam para driblar a alta no valor do cacau, como Ana Carolina Melo e Moises Silva, que estão pensando em alternativas para a época da Páscoa.

Confeiteiros de Fortaleza se adaptam

Para a confeiteira Ana Carolina Melo, criadora da Analu (@analugourmet) e professora da Escola de Gastronomia Social Ivens Dias Branco (EGSIDB), “algumas das alternativas para diminuir a quantidade de chocolate que usa, apesar de o leite condensado também ter tido alta bem grande, é fazer algumas coisas com ganache”.

Ana Carolina Melo (Foto: Arquivo pessoal)

Ela explica: “O ganache, a gente mistura o creme de leite e aí ele fica mais cremoso, e a gente consegue equilibrar para que o ovo (de Páscoa) não fique com valor tão alto”.

Ana Carolina também indica uma opção para adaptar ovos de colher. Ela fala em “acrescentar junto com os ovos de Páscoa de colher, por exemplo, bolos, biscoitos, brownies, junto com o recheio.

“Então, uma das opções é intercalar os bolos, os biscoitos, como por exemplo o Oreo, você mistura a casquinha do Oreo no chocolate e faz a casquinha com chocolate e o biscoito, que aí uso uma quantidade menor de chocolate na casquinha, porque eu boto meio a meio”, diz.

“A mesma coisa a gente faz com o brownie, ao invés de fazer a casquinha de chocolate, você faz a casquinha com o brownie, colocando o brownie fininho na forma do ovo”, completa a confeiteira.

Já o confeiteiro Moisés Silva, também professor da EGSIDB e idealizador Burburinho Café (@burburinhocafe), também fala das possibilidades para equilibrar o bom serviço, com sabor e qualidade para a Páscoa, mas buscando um menor impacto no valor dos produtos a base de chocolate.

Moises Silva (Foto: Arquivo pessoal)

Moises conta que uma alternativa “seria trabalhar com linhas de presente, com embalagens menores, caprichando um pouco mais a embalagem para poder chamar atenção. A gente pode estar utilizando brigadeiros, a gente pode estar utilizando trufas também, que é a mesma vertente do brigadeiro, só que aí com chocolate também”.

“Quando a gente fala de trufa, a gente fala de chocolate, ou bombom também recheado (…) são tamanhos menores e a gente tem uma, digamos, uma versatilidade maior de produção e de economia também, porque em vez de eu estar utilizando cerca de 150 gramas para fazer um casco de chocolate, esses 150 gramas podem virar várias trufinhas pequenas”, explica.

“Conseguir trabalhar com um ovo de Páscoa e linhas de presentes se tornam mais fácil. As barras de chocolate também recheadas, seria uma boa opção, mas aí trazendo para o tema de Páscoa. E se for para trabalhar com ovos mesmo, a gente pode estar trabalhando com ovos menores”, completa.

Cenário brasileiro

O mercado interno brasileiro não atende de forma suficiente para abastecer a indústria. Em 2024, a produção registrou queda de 18,5%, com 179.431 toneladas de amêndoas recebidas, frente às 220.303 toneladas em 2023, conforme a Associação Nacional das Indústrias Processadoras de Cacau (AIPC).

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