
Ícone da confeitaria em Fortaleza, a Doce Gula adoça há mais de três décadas as celebrações, encontros e eventos da cidade. Presente na memória afetiva de muitos fortalezenses, a confeitaria tem por trás a chef Silvia Helena, fundadora e igualmente notável.
A paixão da profissional pela culinária vem de sua família e, por meio desse forte vínculo, ela transformou o seu empreendimento em algo grandioso, que saiu de uma cozinha em casa para um negócio estabelecido.
A jornada de Silvia Helena no mundo da gastronomia começou de forma muito pessoal, com o “pé na cozinha” desde cedo, inspirada nas mesas fartas para receber amigos e familiares, tradição que herdou de sua mãe e tias.
O que hoje é a renomada Doce Gula, teve seu início na própria cozinha de casa. De lá para cá, o empreendimento continua no mesmo lugar onde nasceu. Há 32 anos atrás. Agora a empresa conta com mais de 60 de colaboradores, em um negócio que segue produzindo com muito cuidado em cada detalhe.
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Passeando entre a tradição e a inovação, a Doce Gula mantém no cardápio preparações que remetem a “tempos que não voltam mais”, mantendo uma clientela fiel que busca exatamente esses sabores, mas também se abrindo para o novo, introduzindo itens sazonais e de tiragem limitada.
Conheça a história inspiradora por trás da Doce Gula, que adoça a vida da cidade há mais de três décadas. Nesta entrevista ao Sabores da Cidade, mergulhamos na trajetória de Silvia Helena e sua paixão pela gastronomia, cultivada desde a infância, que transformou um simples amor pela culinária familiar em um negócio de sucesso que está há mais de três décadas brilhando na cidade.
Sabores da Cidade: Silvia Helena, como você iniciou na Gastronomia, especialmente na confeitaria? Era a carreira dos seus sonhos?
Silvia Helena: A paixão pela boa comida vem de gerações. Minha mãe e minhas tias amavam receber amigos e familiares em casa, sempre com a mesa farta. Já nasci com o “pé na cozinha”, não me imagino em outro ofício.
Como surgiu a Doce Gula? Há quanto tempo a marca está no mercado?
A Doce Gula teve suas primeiras produções na nossa cozinha. Era tudo simples, mas com muito esmero. Acabamos de completar 32 anos. Muita gente não sabe, mas minha casa tornou-se a Doce Gula de hoje. Sempre estive nesse cantinho.
Quais foram os maiores desafios que você enfrentou ao longo da sua trajetória à frente da Doce Gula?
Primeiramente, a questão mais técnica que envolve a produção de alimentos. Cozinhar para a família é bem diferente de cozinhar comercialmente. Existem normas a serem respeitadas e uma série de etapas desde a seleção de ingredientes até a entrega do produto final ao consumidor.
Comandar um negócio também foi bastante desafiador. Não basta saber cozinhar, é preciso conhecimento de gestão e administração. É algo que fui aprimorando com o tempo. E ainda venho aprendendo.
Quantos funcionários a Doce Gula emprega atualmente? Como faz pra manter o bom funcionamento da equipe?
Sempre busco incentivar minha equipe a trabalhar em conjunto. Aqui ninguém é melhor que ninguém e todos precisam de todos. A preparação dos alimentos é tão importante quanto o atendimento ao consumidor e a entrega dos pratos ao cliente. É um ciclo que precisa estar em harmonia. Atualmente, temos 63 funcionários aqui na empresa.
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A Doce Gula é referência na cidade quando se trata de confeitaria. Como a sua empresa consegue manter a tradição, mas sem deixar de inovar nos produtos e serviços?
Existem produtos que estão no nosso cardápio desde o comecinho do negócio. São receitas de família que faço questão de repassar para as futuras gerações. E temos clientes que buscam exatamente estes pratos, que remetem a tempos que não voltam mais. Isso os torna ainda mais especiais.
Contudo, em períodos sazonais, novos itens são acrescidos no cardápio. Com tiragem limitada, eles trazem consigo aquele gostinho de novidade que também é muito bem-vindo. Acho que este é o segredo: abrir-se para o novo, mas sem deixar de lado nossas raízes.
Quando está na cozinha da Doce Gula, o que mais gosta de preparar?
Sou muito exigente quanto a finalização dos pratos. Acredito que sabor e apresentação devem estar perfeitamente alinhados para uma experiência gastronômica perfeita. Um “toque de chef” faz toda a diferença. Gosto muito de fazer aquela checagem final antes de disponibilizar os itens para comercialização.
As tortas artesanais decoradas são a minha paixão. Diferente das versões tradicionais da casa, que seguem um padrão, cada torta personalizada é única. Nelas, afloro minha criatividade.
Teve algum momento na sua trajetória na confeitaria e à frente da Doce Gula que te marcou?
Com certeza o ano de 2020, quando precisei fechar as portas e trabalhar exclusivamente com delivery. A pandemia chegou e rapidamente tive que me adaptar a um novo formato de negócio, sem loja física, com equipe reduzida e incerta quanto o amanhã.
Quem é a Silvia Helena quando não está no comando da Doce Gula? O que gosta de fazer?
Não costumo separar minha vida pessoal e profissional. Tudo caminha junto e de mãos dadas, ainda bem. Sou uma mulher leve, com sede de viver e apaixonada por gente. Vivo um dia de cada vez, porém sempre sonhando grande e batalhando incessantemente para torná-los realidade.
Amo minha família e meus amigos. Mesmo quando não estou trabalhando, vou pra cozinha de casa preparar alguma coisa para recebê-los. Tenho muitos amigos do ramo da gastronomia que também são assim. Acho que é coisa de chef.

Qual o seu doce favorito?
Doce de banana caramelizada que minha mãe fazia quando eu era pequena.
Qual receita de família é marcante para você? De quem é?
Sopa de carne com osso ossobuco que minha tia preparava.
Livro predileto? Não precisa ser de gastronomia.
O Diário de Anne Frank.
Para você, quais os sabores da cidade de Fortaleza?
Sabor de tradição. Temos uma cultura alimentar muito rica e vejo isso em muitos estabelecimentos que mantêm vivas essas receitas de família com ingredientes típicos da nossa região.
Um lugar em Fortaleza fora da cozinha?
Onde tiver areia e água salgada
Serviço
Doce Gula
Instagram: @docegulaconfeitaria_
Endereço: Av. Oliveira Paiva, 1580 – Cidade dos Funcionários
Funcionamento: Seg a sab: 11h às 20h | Dom: 10h às 18h