O restaurante Regina Diógenes venceu a categoria self-service no Melhores Sabores da Cidade 2025

Do ato afetivo de cozinhar para os amigos nasceu em Armando Diógenes o amor pela gastronomia. Mas, na sua família, a cozinha já tinha o seu protagonismo desde a fundação, por sua mãe Regina Diógenes, do restaurante em 1977, que recebeu o mesmo nome dela.
No seu caso, ocorreu quando ele morava só em São Paulo. Certo dia, a mãe de um amigo chegou a encomendar-lhe uma salada, o que o surpreendeu e, assim, foi o começo. De preparar pratos despretensiosamente até os seus estudos fora do Brasil, o profissional realizou cursos em instituições renomadas como o Gambero Rosso, a Academia Nacional e a Alma (The School of Italian Culinary Arts).
Quando voltou ao Brasil, passou a assumir, cada vez mais, compromissos no negócio iniciado por sua mãe, Regina. Nessa época, a unida do bairro Cocó do restaurante Regina Diógenes estava operando. Foi lá que armando passou a investir seu talento e tempo.
Inicialmente, o negócio familiar começou como uma loja focada em trazer doces e queijos da fazenda. Após expansão, a marca conta atualmente com serviços de catering, eventos e o querido self-service. Hoje são três unidades em Fortaleza, com uma recém inaugurada.
O self-service é um dos mais queridos pelos fortalezenses, sentimento que rendeu para o Regina Diógenes o prêmio de melhor da cidade nas últimas edições do Melhores Sabores da Cidade, incluindo a de 2025, em que recebeu 28,7% dos votos.

Para Armando, a conquista do prêmio o faz sentir que deve sempre estar atento a qualidade, inovação e, acima de tudo, valorizar o cliente. Confira abaixo mais sobre a trajetória do chef e do restaurante Diógenes.
CONFIRA: Os cinco melhores self-services de Fortaleza
Sabores da Cidade: Armando, como você entrou nesse universo da gastronomia?
Armando Diógenes: Eu com 18 anos morava só em São Paulo, como eu gostava muito de receber, eu comecei a fazer uma coisa, outra, já gostava disso, mas em casa não fazia, porque a cultura era de homem não entra em cozinha.
Mas, enfim, aí começou, o pessoal ia lá para casa, garotada, eu fazia uma coisa, fazia outra, até que o dia a mãe de um amigo quis me encomendar uma salada, até tomei um susto. Isso não é um compra que eu faço. Assim começou, lá em São Paulo. Eu voltei a morar em Fortaleza, e eu gostava de cozinhar, da questão da etiqueta, da mesa posta, comecei a fazer pequeno, primeiro evento na casa de um amigo, de outro amigo, que foi puxando outro e, de repente, estava trabalhando com catering, assessoria na parte de montagem de mesa, de etiqueta.
Fui me especializando nisso até o dia que eu disse que a cozinha que eu gosto mesmo é a mediterrânea. E se eu tiver de um dia de estudar fora, seria Itália e Firenze, porque eu sou apaixonado por arte. Aí surgiu, procurei, me formei, fiz curso no Gambero Rosso, na Academia Nacional, na Alma também, mas sempre focado muito nessa questão do mediterrâneo, do grelhado, do azeite, da comida leve, digamos, onde o que prevalece é o sabor do ingrediente principal.
Acabei que passei mais de 4 anos na Europa. Na Itália, quando eu voltei pra cá, eu não voltei com a intenção de morar, foi mais por um problema de saúde. Nessa época o Cocó estava aberto e acabou que eu comecei a assumir alguns compromissos lá, quando eu vi não podia mais voltar e acabei ficando por aqui, mas voltei e concluso os meus estudos lá. Não é reconhecido aqui no Brasil, mas para mim é indiferente. Eu me considero uma pessoa praticamente autodidata, que é o que eu gosto, eu sei fazer muito bem, é criar.
Como o restaurante Regina Diógenes nasceu?
O restaurante foi aberto em 1997, idealizado por Regina Diógenes. Primeiro, começamos com uma loja que era para trazer uns doces e uns queijos da fazenda. Essa demanda foi aumentando, sempre pediam um prato quando algum amigo da minha mãe já tinha indo à casa dela, tinha comido. Começou dessa forma, ‘eu fui uma vez na sua casa, tinha aquele prato’.
E assim a gente começou saindo dessa parte da fazenda, que eram um produtos regionais e partindo para a cozinha. Vamos dizer que os primeiros passos foram esses. Essa demanda foi aumentando, já produzíamos algumas sobremesas como o clássico Charlotte, as crepes de banana.
Nessa época só tinha de self-service, começou o Good Salads e o Le Bistrô que passaram a encomendar as sobremesas da gente. Eles compravam para revender. Aí foi indo, a nossa demanda foi aumentando Até que surgiu a oportunidade de uma casa que na época eram 60 lugares.
A minha mãe pensou, refletiu e disse, ‘acho que agora dá certo’. Começou ali na unidade da rua República do Líbano, para 60 pessoas. A casa quando abriu, de uma forma ainda bem simples, mas já com essa pegada de uma comida caseira mais elaborada de apresentação, um cuidado pelas saladas.
Houve dificuldades no início?
Sentíamos que de imediato teve uma certa dificuldade, porque tudo era muito novo, há quase 30 anos atrás. Mas, com dois anos rodando, a gente sentiu já que era por aí o caminho. Avante, teve uma primeira reforma que a gente praticamente duplicou a quantidade da casa. Nessa época eu não morava aqui, contratou-se uma chefe para dar uma consultoria e fomos evoluindo.
Qual o marco do Regina Diógenes?
O marco nosso também é a questão de pegar aquela sobremesa tradicional, que todos nós temos, que lembra da infância, um pudim de clara, um pudim de leite, e trabalhar em cima disso ao invés de copiar uma coisa, vou chamar ‘francesa’, aquela ‘patisserie’.
E isso a gente traz até hoje, pegar a raiz, que é nossa, que seja do Ceará, que seja do Brasil, puxar para a receita original e trabalhar com isso. E, a gente fazendo isso, acabamos que criamos muito laços afetivos com as famílias, porque o Regina hoje vai a avó, a mãe e o filho, que quando nasceu o restaurante já existia, até aquele que foi batizado, o batizado do restaurante, 15 anos, e agora o casamento, já está dessa forma.



Como ocorreu a expansão na cidade?
Com a demanda e a cidade crescendo a gente abriu no Cocó. Quando abriu no Cocó já foi uma pegada do restaurante de self-service um pouco mais requintado. Trabalhamos bastante com a questão da apresentação, da arquitetura e partimos disso.
E também começamos a investir mais na questão de eventos, que hoje também a gente atende. E seguimos sempre dessa forma, priorizando qualidade, o atendimento e a questão da extensão da casa do cliente ser a cozinha do Regina.
Fomos, assim, eu acho, que foi o primeiro self-service fora de shopping para vir para o Cocó. Fomos muito bem aceitos na região. Mais uma vez, continuamos investindo nessa na questão de um cardápio de qualidade. Nessa época eu já estava de volta da Europa que foi em 2011 eu acho é onde eu assumi a cozinha como chefe em torno do restaurante.
Aí passei a cortar tudo que era de produto químico da nossa cozinha. Hoje, de insumos, não praticamente nada industrializado, tudo é produzido pela gente. É a diferença de você conseguir comer todo dia, no mesmo local, porque a gente não usa insumo não com química. A química a priori, é uma comida saborosa, mas você não aguenta comer uma semana seguida e a gente tem clientes que comem há 20 anos todo dia no restaurante.
Então, assim, a nossa evolução foi basicamente dessa forma. Estamos no local há uns 13 anos e como a demanda está aumentando sempre, eu comecei a procurar um local para fazer uma fábrica. E surgiu a oportunidade de uma nova unidade no Meireles de abrir uma nova casa e, na negociação, acabou que deu certo fazer o restaurante junto com a nova casa.
Nesse restaurante, mais uma vez, eu investi na arquitetura, num restaurante mais requintado para dar uma nova cara, como nós demos há 13 anos atrás. Que é um restaurante feliz, um restaurante alegre, mas assim, onde os detalhes são muito trabalhados, como a acústica, como a louça, é uma louça diferenciada, é um restaurante confortável e estamos nessa pegada e esperamos que sejamos acolhidos, porque até agora está com uma semana, estamos sendo muito bem acolhidos nessa nova região, uma procura muito grande para fazer eventos.
Essa casa a gente vai trabalhar um pouco mais com a questão de um vinho, treinamento para pessoas, enfim, esperançosos de que tudo dê certo e trabalhando sempre com uma coisa chamada qualidade, com um produto fresco e trazendo o que eu enxergo que seja de melhor para Fortaleza.
Conta sobre a nova unidade recém inaugurada. O que ela traz de novo? O que representa para a marca?
Abrimos agora o Regina praia, nossa maior unidade e estamos apostando na criação de um buffet de antepastos usando os mariscos do nosso Ceará. Representa a aposta de que estamos trilhando o caminho certo.

Como funciona o serviço de eventos na nova unidade?
Existe uma taxa de salão e cinco cardápios previamente montados. Se o cliente vai, escolhe e pode também, claro, ser feito alguns ajustes de acordo com o que a gente imagina.
Alguma possível novidade?
E agora nessa nova casa que a gente abriu, eu estou apostando muito uma coisa nova. Eu criei uma bancada só de antipastos. Antipastos esses que são sempre espelhados no Mediterrâneo. Mariscos grelhados, um tomate seco que eu aprendi a fazer em Firenze, um queijo de cabra que é produzido aqui no Ceará, mas é de qualidade soberba, então eu aposto muito nisso. Azeitonas gregas e estamos com uma demanda muito grande para evento.
Estamos pensando na questão se vai rolar um happy hour nas quintas-feiras. Que é utilizando essa questão dos antipastos, que eu não queria abrir a cozinha, para ir trabalhando com com esse casamento de harmonizar o que eu tenho naquela mesa de frios com um vinho branco com um vinho tinto.
Serviço
Regina Diógenes
Instagram: @reginadiogenes
Endereço: Av. Des. Moreira, 605 B – Meireles | Av. Eng. Santana, 2977 – Cocó | Av. Barão de Studart, 300 – Meireles
Funcionamento: Seg a sex 11h às 15h; sáb e dom 11h às 16h