
Nascido e criado em Fortaleza, o chef Diego Freire carrega consigo a paixão pela gastronomia, chamado que surgiu a partir da necessidade de “se virar” em casa para preparar as refeições suas e de seu irmão enquanto os pais, dedicados ao sustento da família, passavam longas horas fora.
Foi ali, preparando lanches para si e para o irmão, que o interesse pela cozinha começou a brotar. No momento em que precisou decidir sua profissão, algumas opções como arquitetura e engenharia surgiram, mas ele escolheu mesmo foi a gastronomia.
Na sua cozinha, “o carinho e o respeito ao ingrediente e à técnica” guiam as preparações. O chef equilibra, ainda, o papel de comandar a cozinha e de gerenciar os seus negócios – Muvuco e Z-Boys Pizza.
A dedicação ao trabalho é tanta que já virou uma brincadeira familiar chamá-lo de “viciado em trabalho”, mas o que dá combustível para que ele continue entregando o melhor nos seus restaurantes é a consciência de que tudo o que foi construído veio do esforço e de muita fé.
“É impossível me descrever sem falar do meu trabalho, porque ele realmente me consome 24 horas por dia”, conta Diego.
Leia a entrevista completa abaixo.
Sabores da Cidade: Diego, como foi o caminho até você descobrir que era na gastronomia o seu lugar? Por que essa carreira?
Diego Freire: No terceiro ano do ensino médio, eu estava naquela fase de decidir qual carreira seguir. Tinha algumas opções em mente: arquitetura, engenharia e gastronomia.
Para contextualizar, meus pais têm quatro filhos e eu sou o mais novo. Eles sempre foram muito trabalhadores e dedicados à família, então passavam o dia inteiro fora. Nesse período, eu e meu irmão precisávamos “nos virar” bastante em casa. Foi assim que comecei a me interessar pela cozinha, fazendo lanches para nós dois e, aos poucos, fui me apaixonando por isso.
Eu sabia que a Gastronomia não seria um caminho fácil, mas, como meu pai sempre me ensinou, escolhi seguir pelo caminho mais difícil, porém aquele que me traria mais alegria no final.
Além do ensino formal, com quem aprendeu a cozinhar? É uma prática que vem de família?
Na minha família não tem nenhum cozinheiro profissional, embora muita gente cozinhe muito bem. Mas, além do ensino formal, não houve uma pessoa específica que me ensinou. Foi muito mais fruto da minha autonomia: pesquisar, estudar e correr atrás para aprender de verdade.
Como é equilibrar ser chef de cozinha e empreendedor? O que destaca de desafios e conquistas?
Sinceramente, não é fácil. Como eu disse, trabalho 24 horas por dia, se eu não estou lá fisicamente, com certeza meu pensamento está. Minha família até brinca dizendo que eu sou viciado em trabalho. Mas é porque eu sei o quanto esse caminho foi difícil.
Tudo o que construímos veio de muito esforço e de muita fé nos resultados que ainda estavam por vir. Por isso, eu realmente dou tudo de mim para que as coisas deem certo, e, graças a Deus, estão dando.
Por que os sabores do mar são tão característicos da sua cozinha? O que representam para você?
Porque, na minha opinião, os saberes do nosso litoral não são tão bem aproveitados quanto os do nosso sertão. Para mim, eles representam a possibilidade de o Muvuco se consolidar como uma referência em peixes e frutos do mar.

Nesses anos de Muvuco e Z-Boys, quais momentos mais te marcaram nesses empreendimentos?
Acho que o mais difícil foi o momento de abertura do Muvuco, quando conciliar a gestão das duas empresas começou a se tornar um grande desafio.
Quando olha para trás e revisita a sua história, o que mais te enche de orgulho e o que ainda deseja conquistar?
Eu me orgulho muito de ter aproveitado todas as oportunidades com sabedoria, humildade e muito trabalho.
Quais são as suas referências na gastronomia? O que elas representam para você?
Uma grande referência para mim sempre foi o Alex Atala, pelo que ele fez pela gastronomia brasileira. Espero poder fazer muito pela gastronomia cearense também.
Quem é o Diego fora da cozinha? O que gosta de fazer para passar o tempo?
Sou uma pessoa simples, que gosta de aproveitar os pequenos momentos ao lado das pessoas que amo, minha esposa, minha família e meus amigos. Gosto muito de ir à praia, viajar e, principalmente, comer.
Pitadas de Diego Freire

O que não pode faltar na sua cozinha?
Manteiga e limão.
Qual receita de família é marcante para você? De quem é?
O cuscuz da minha mãe e a galinha cozida da minha avó.
Uma música para ouvir cozinhando?
Gold on the celling – The Black Keys
Livro predileto? Não precisa ser de gastronomia.
A leitura atual, Hospitalidade Irracional, de Will Guidara.
Para você, quais os sabores da cidade de Fortaleza?
Muvuco Boteco do Mar e Z-Boys Pizza.
Serviço
Muvuco Boteco do Mar
Instagram: @muvucoboteco
Endereço: R. Coronel Alves Teixeira, 1893 – Dionísio Torres
Funcionamento: Quarta à sexta-feira, das 11h30 às 14h30 e das 17h às 23h | Sábado das 12h30 às 15h e das 15h às 23h | Domingo das 12h30 às 18h
Z-Boys Pizza
Instagram: @zboyspizza
Endereço: Av. Beira Mar, 846 – Praia de Iracema