Airton Correia Jr. é formado em Publicidade, mas é no ramo da gastronomia que ele se aventura. Proprietário da Confeitaria Sublime, a culinária sempre o atraiu, especialmente ao ver sua mãe e avó materna cozinhando em casa, ainda quando criança.
Suas idas aos restaurantes ao longo do seu crescimento não eram simples visitas. Do atendimento à comida, passando também pela decoração, tudo chamava a sua atenção. Quando jovem, ao entrar no universo dos vinhos e ao passar a preparar comidas cheias de afeto para familiares e amigos, soube que a cozinha seria muito mais que um passatempo.
Nas saídas com seu pai para tomar um café ou um bom vinho, nasceu a ideia de ter o seu próprio espaço onde outras pessoas pudessem viver os bons encontros também.
Sob seus cuidados, a Confeitaria Sublime, chamada carinhosamente de “casinha amarela”, nasceu como um ponto de encontro, que une comida, literatura e música. Na programação musical, a casa é destaque e foi uma das indicadas no Melhores Sabores da Cidade 2025, na categoria que premia os restaurantes com bom entretenimento.
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Na Sublime, os amantes da literatura encontram um cantinho de aconchego. A casa oferece um clube do livro e já passou por lá grandes autores contemporâneos, como a cearense Socorro Acioli, além dos portugueses Valter Hugo Mãe e José Luís Peixoto.
A charmosa cafeteria também foi palco de muitos outros momentos marcantes. De casamentos a anúncios de gravidez, a Sublime acolhe histórias há mais de 15 anos em Fortaleza.
Ao Sabores da Cidade, o empreendedor detalha a criação do seu negócio, além de compartilhar os desafios e momentos especiais. Confira mais sobre a trajetória de Airton Correia Jr. e a Confeitaria Sublime abaixo.
Sabores da Cidade: Airton, a partir de que momento você decidiu se aventurar na gastronomia? O que fazia antes?
Airton Correia Jr.: Sou publicitário por formação, mas desde criança que a culinária me atrai. Eu me encantava com o que minha mãe e a minha avó materna cozinhavam. Ainda pequeno, nas idas a restaurantes com meus pais, eu adorava tudo o que envolvia o restaurante: atendimento, decoração e, claro, as comidas. Isso tudo foi ficando registrado na minha memória.
Em 1997, começo da vida adulta, tive contato com o vinho, que me abriu um universo. A coisa não era tão fácil como hoje, as opções de compra eram restritas, a literatura pouco acessível, mas aquele universo me atraiu.
Comecei a me interessar mais pela cozinha, fiquei mais atento ao que minha mãe cozinhava, fiz alguns cursos e comecei a cozinhar para a família e para os amigos. A partir daí, comecei a sonhar em transformar o hobbie em trabalho.
Como a Confeitaria Sublime foi idealizada? Em que ano nasceu, qual era a ideia?
Eu costumava sair com meu pai, aos finais de tarde, para batermos papo. Normalmente tomávamos café, mas, as vezes, tínhamos vontade de um vinho, de boa música ou de alguma comidinha gostosa. Eu não conseguia encontrar um lugar que oferecesse isso tudo. Ou era um ou outro. Foi aí que tive o estalo. ‘Que tal oferecer um espaço com isso tudo?’. Até hoje, tenho o prazer da companhia do meu pai aos finais de tarde.
Qual tem sido a proposta da casa ao longo desses anos?
A proposta da Sublime sempre foi oferecer um momento agradável, seja para um bom papo com um amigo, um “date”, como chamam hoje em dia, um encontro com amigos ou mesmo um momento sozinho, para colocar a cabeça no lugar, relaxar, ler enquanto toma uma tacinha de vinho ou uma xícara de café.
Quais os maiores desafios de manter um negócio gastronômico?
São vários desafios, desde se manter relevante numa cidade que adora novidades, a carga tributária, a falta de incentivos como linhas de crédito acessíveis etc.
Como foi o processo para tornar a Sublime um ponto de encontro de música, cultura e boa comida? Como você pensou em receber clubes de livro e outros encontros de aprendizado na Sublime?
A Sublime ser um ponto de música e literatura foi natural, visto que faço da Sublime uma extensão minha. É como se fosse minha segunda casa, onde recebo amigos e ofereço o que gosto. Temos apresentações musicais semanais desde que abrimos em 2010; também temos o clube de leitura aberto mais antigo em atividade na cidade, desde 2016.
Quanto ao entretenimento, a Sublime foi destaque com sua programação musical no Melhores Sabores da Cidade 2025. O que essa indicação representa?
Ser indicado entre os Melhores Sabores da Cidade muito nos honra. É o prêmio de mais prestígio e maior credibilidade no Ceará. É a referência.
Como a Sublime une inovação e se mantém nas raízes ao longo de todos esses anos?
Eventualmente, colocamos algo novo, mas procuramos não perder a essência. Percebo que as pessoas gostam de novidade, mas costumo dizer que novidade aqui é não termos novidades.
Como a programação musical é pensada e o que gosta de oferecer para o público?
Somos muito privilegiados com a quantidade e qualidade dos músicos locais. Até antes da pandemia, tocávamos praticamente só jazz. Durante muito tempo, fomos o único local a oferecer jazz na cidade. Após a pandemia, repensei e resolvi, assim como sou, deixar a programação musical mais eclética. Hoje temos desde o chorinho ao forró, do jazz ao samba. Atualmente, a música brasileira é que predomina.
Tem algum momento especial vivido com a Sublime ao longo desses anos que gostaria de compartilhar?
Em mais de 15 anos, vivemos muitos momentos incríveis como pedidos de casamento, casamentos propriamente ditos, anúncio de gravidez, a presença de grandes músicos locais e de fora do estado, a presença de escritores como Valter Hugo Mãe, Socorro Acioli, José Luís Peixoto. São tantos momentos incríveis que é difícil citar.
Quem é o Airton quando não está gerindo a Sublime? O que gosta de fazer no tempo livre?
Fora da Sublime, sou tranquilo, caseiro. Gosto de ouvir música, ler, preparar um café e tomar devagar aproveitando a manhã.
Saiba mais
Confeitaria Sublime
Instagram: @confeitariasublime
Endereço: R. Eduardo Bezerra, 1276 A – São João do Tauape
Funcionamento: Seg – Sáb, 12h às 19h | Sex, 12h às 21h | Dom: Fechado