Crônica: um passeio pela história do Sítio São Roque, em Mulungu (CE)

Um passeio imperdível na Serra de Baturité é fazer a visita guiada do @sitiosaoroquemulungu. A propriedade de 1913 recebe visitantes para um momento recheado de histórias, sabores e aromas

Italo Borges

Por Italo Borges
Especial para o Sabores da Cidade

Como um passeio pode nos fazer sentir parte e vivenciar uma genealogia familiar? Acredito que visitar os sítios da Rota Verde do Café, no Maciço do Baturité, seja uma forma. Digo isso após ter passado uma agradável tarde no Sítio São Roque, em Mulungu (117 km de Fortaleza).

Como aquela atmosfera de uma produção artesanal, respeitando os ciclos naturais, aliada a uma imersão na história da Família Farias, narrada por uma descendente dos fundadores – Monica Farias, Neta de Amélia e Alfredo, é capaz de nos transportar pelas brumas do tempo e nos fazer perceber, mesmo que por alguns instantes, tudo como crianças a desbravar cafezais, aprontar das “artes” típicas de então, sentir o calor das chamas de um fogão à lenha e provar das delícias que ele nos proporciona.

O melhor de tudo isso é que, além de passearmos pela belíssima história da fundação do Sítio São Roque, percebemos a importância de uma agricultura responsável tanto com o meio ambiente quanto com as pessoas envolvidas. O “sentar à mesa” e desfrutar um café com mais de um século de tradição é uma atração à parte para todos aqueles que apreciam essa consagrada bebida e queridinha nos paladares de boa parte do mundo. Saber que o café colhido hoje em pleno Maciço, sob à sombra da ingazeira, têm suas origens nas longínquas terras do Iêmen, com uma parada na Guiana Francesa, acaba por aguçar ainda mais a curiosidade acerca desse verdadeiro universo que cabe em uma xícara.

Aprendi que as diferentes torras são capazes de ressaltar diversas características da bebida, do dulçor à fortaleza dos cafés e que assim foi possível homenagear, com lotes especiais, Alfredo e Amélia, fundadores desta casa que data de 1913 e também, um micro lote de um grão raro, o moquinha, especialmente doce, que foi batizado de Gerardo, genitor da atual geração que administra o Sítio, tendo sido o responsável por legar todo conhecimento, reverência e cuidado com essa cultura.

Nossa singela homenagem à memória de Gerardo Farias e de todos os cafeicultores e cafeicultoras, homens e mulheres que resistem e produzem com responsabilidade socioambiental no Ceará.

A visita
A gente fez a visita guiada que inclui um lanche (R$ 25 – visita + degustação). Depois de conhecer mais sobre a história do sítio, fundadores, tipos de café, passamos pelo pé de café, capela, jardim, casa e no quintal, provamos os cafés Alfredo e Amelia (@atelier1913), um bolo de banana delicioso, queijo coalho, doce de banana e um biscoito da região. Há também outras opções de degustação que são apresentadas no momento da reserva, que pode ser feita pelo WhatsApp disponível no perfil @sitiosaoroquemulungu.

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