
Por Italo Borges
Especial para o Sabores da Cidade
Se você foi alguém que acompanhava a TV dos anos 90, com certeza se lembra dessa frase icônica da Dona Florinda. Pois é, o nosso tradicional cafezinho é uma paixão mundial. O Brasil é o maior produtor e o segundo maior consumidor do planeta, ultrapassados apenas pelos Estados Unidos.
De fato, o consumo dessa bebida, que faz parte da nossa história enquanto país — incluindo os trilhos da própria República —, alcançou patamares diversos nas últimas décadas. Além do cafezinho tradicional, passamos a ter acesso a grãos que, antes, dificilmente ficavam por aqui, pois eram quase totalmente destinados à exportação.
Os cafés especiais descortinam um novo universo sensorial e acabam por nos entusiasmar a conhecer melhor e valorizar as diferentes regiões, produtores, suas peculiaridades, notas e certificações.
E, para além da produção, do beneficiamento e da torra — todo esse belo trabalho até que o grão chegue até nós —, há outra riqueza: a diversidade dos métodos de extração e modos de preparo.
Nessa seara é que estão os baristas, profissionais capacitados a transformar o seu café em uma verdadeira experiência sensorial. Além da técnica precisa nas extrações e da criatividade nas criações, os baristas têm uma certa veia e sensibilidade artística, sobretudo quando falamos da Latte Art, a assim chamada arte de elaborar desenhos e imagens sobre o café na xícara.
Quem já teve a surpresa de estar no balcão, pedir um cappuccino, por exemplo, e receber aquela arte em forma de bebida? Isso é um carinho em forma de café.
Essa semana, tive a oportunidade de conferir uma competição em que os profissionais da rede The Coffee mostraram sua habilidade com a Latte Art. A cada rodada de disputa, uma dupla de baristas executava um desenho que havia sido previamente sorteado. Havia um dado que, em cada face, trazia uma possibilidade: da flor ao cisne, ou até mesmo um tema livre.
As xícaras eram cuidadosamente colocadas no balcão para que os jurados avaliassem o visual e apontassem seus favoritos. O bom é que, nós da torcida, podíamos degustar ao final de cada rodada.
Pense numa turma animada! A cada nova chave, um deixava a disputa, enquanto o outro avançava. Mas pude perceber que todos vibravam e se animavam com as conquistas dos colegas. Ao fim, tivemos três finalistas que apresentaram seus desenhos e nos mostraram que a nossa xícara de café pode ir muito além de uma simples bebida.
Aqui o convite para tomar uma xícara de café do início da nossa conversa ganha uma cara jovem e conectada aos novos modos de consumo. Os pedidos feitos por app ou tablet ficam prontos rapidinho e você pode sentar e apreciar ou sair andando com o copo do seu café preferido na mão.
Parabéns a todos os baristas que nos entregam essa arte que aquece o coração e afaga a alma.